metalinguagem homicida

Partilhava o escritor com sua dor, dentadas de um texto tosco.Mordia o escritor seus questionamentos e suas teses, enquanto a dor mastigava os porquês que nasciam da mente de seu criador.
Por que?Porque faz sentido antes de engolir, mastigar.
Deixando a dor de lado, deitou, dormiu e tentou extrair de seus sonhos  –  não sabia se sonhava realmente ou se apenas fantasiava de olhos fechados – uma força capaz de induzir suas próximas frases, de induzir seus leitores ao seu mundo onírico, pincelado de cores diversas,  boreais inebriantes de reluzir aurífero, seguidas de noites enevoadas de lua cheia em campos de alvos lírios.
Quando acordou sentiu que a dor esfarelava sua mão e de súbito, triturava todas  as suas quimeras.Era uma batalha inglória contra mil gigantes de mil dentes cada um.Finda a carnificina, o escritor já completamente despedaçado ficou só, tão só que nem a solidão ousava dar seus ares de graça.

Uma resposta to “metalinguagem homicida”

  1. monicadebrito Says:

    adorei! principalmente a primeira frase (:

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